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Mostrando postagens de setembro, 2007

EM MEU OFÍCIO OU ARTE TACITURNA

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Em meu ofício ou arte taciturna Exercido na noite silenciosa Quando somente a lua se enfurece E os amantes jazem no leito Com todas as suas mágoas nos braços, Trabalho junto à luz que canta Não por glória ou pão Nem por pompa ou tráfico de encantos Nos palcos de marfim Mas pelo mínimo salário De seu mais secreto coração. Escrevo estas páginas de espuma Não para o homem orgulhoso Que se afasta da lua enfurecida Nem para os mortos de alta estirpe Com seus salmos e rouxinóis, Mas para os amantes, seus braços Que enlaçam as dores dos séculos, Que não me pagam nem me elogiam E ignoram meu ofício ou minha arte. (DYLAN THOMAS tradução: Ivan Junqueira ) . http://www.culturapara.art.br/opoema/dylanthomas/dylanthomas.htm

SERENATA

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Mais um dia, e ainda tenho desejos. Houve lágrimas no fim do dia, Indecisões e certezas juradas de pés juntos. Flertes e mentiras. Só resta este sorriso amarelo E uma vontade de ir... Como o mar anda agitado! E pessoas desmaiam na multidão Cansadas de suas gravatas Mancando em seus saltos altos, Tendo câimbras nos dedos Tentando alcançar a última oferta do dia, e acabar com as prestações vencidas. Todos os dias se respira E se acumula no peito Boleros, sambas-canção, proibidões, Jazz e fumaças de cigarros. E ainda tenho desejos. Embora nada alimente, Nada acabe com a fome. Por isso tantas manchetes, Tantos atropelamentos, tantas desculpas. O olho direito treme, Stress em alto mar. Diagnósticos, terapias modernas, Novas tecnologias, imagens do interior. AVC, ICC, DEPRESSÕES PÓS-PARTO. Existem disfarces, mal feitos. Ninguém acredita no fundo: Tudo Bem ! Para não se esquecer de nada, Acredita-se no dia seguinte. Então procura-se sobreviver, Como se procurar amarrar os sapatos, Para não tr

PARTITURA

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Triste do poema pronto Na ponta da língua Hoje é o dia do outro poema Triste de quem perde a vez Anda na moda que a fila anda Não há fila se há vez Olho ao redor e vejo destino E outras conspirações do tempo e alguns desertos e outras pausas Penso que tudo é música A me dizer Toca OuveSenteDiz (ou cala para sempre a tua insensatez ) (Claudia Ferrari) http://automoveisepoemas.blogspot.com