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RUMORES

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Em tempos de crise, Tropeçamos na calçada, A comida azeda, O café cai no chão. Em tempos de crise, Sempre perdemos tempo. Gaguejamos desculpas, Rasgamos bilhetes de loteria. Em tempos de crise, Babamos de raiva, Deixamos remela no olho, Prendemos o dedo na porta, Esquecemos todas as melodias. Em tempos de crise, A dor no peito nos invade, Agonizamos nos corredores, Nos esforçamos, choramos E morremos na praia. Sem chance! Em tempos de crise, Não se acredita nas previsões e o clima nunca é bom. Azia, prisão de ventre, insônia, sinusite. Sem brincadeiras, sem humor, sem sal, sem açúcar. E um futuro tão distante, Que não vale a pena esperar. (Célia Demézio)

DISSONÂNCIAS INSPIRADORAS

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Transpirando suores frios, Impaciente nos pontos de ônibus. Tentando fazer versos por força do hábito, Engolindo o almoço. Ouvindo sons pra lá de antigos, Esperando o sinal abrir. Vivendo calmamente, Sobrevivendo de assuntos mornos. Alguns trocados na carteira, Anéis que vão se perdendo pelo caminho. Jazz... Jazz... Jazz... O tempo parece dissonâncias inspiradoras

VIVO...

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O dia é tão longo ... A vida, nem me diga ... Não me pergunte que hora são. Não sei dizer... Provavelmente temos algum tempo, Antes e depois acordar de mal humor. Enfrentei filas e ônibus cheios Pensando que tudo poderia ser diferente. Mas se não é , Digo com os meus botões, Traga-me uma cerveja gelada E respingos do mar . Estou a esperar... (Célia Demézio)

PERSEVERANÇA

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Essa noite sonhei, Sonhos estranhos. E calmamente, o dia recomeçou... Custei a acreditar. Termômetro não passava dos 25. Homens reergueram seus prédios, Trouxeram noticias frescas, Ansiosos por climas quentes. Meus dedos adormeceram, Falta comida na geladeira. De vez em quando eu choro, Para dizer que sinto muito. Três horas de sono E o café de todas as manhãs. Tenho novos erros de português, Mas encaramos mais essa. Calmamente me espreguiço, Alongamento de antigas jornadas. Pronto! Acendo um cigarro. Levo resquícios de um estranho sonho. Meus desejos a vinagrete, por favor! (Célia Demézio)
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"Pessoas não são doces" (Willy Wonka - A Grande Fábrica de Chocolate )

BOCEJOS...

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Nenhuma hora certa... Nenhum gato preto na estrada... As coisas estão silenciosas... Tão fácil de ser esquececidas... E bem diz o ditado... O dias começam aos domingos... (Célia Demézio)

Segunda Impaciência do Poeta

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Cresce o desejo, falta o sofrimento, Sofrendo morro, morro desejando, Por uma, e outra parte estou penando Sem poder dar alívio a meu tormento. Se quero declarar meu pensamento, Está-me um gesto grave acobardando, E tenho por melhor morrer calando, Que fiar-me de um néscio atrevimento. Quem pretende alcançar, espera, e cala, Porque quem temerário se abalança, Muitas vezes o amor o desiguala. Pois se aquele, que espera se alcança, Quero ter por melhor morrer sem fala, Que falando, perder toda esperança. (Gregório de Matos)