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Mostrando postagens de 2007

Hora Fatal

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É agora.É afora. É depois. É nós dois. É ninguém. É o que não vale vintém. É falar não mais. É ficar pra trás. É dizer adeus. Para nunca mais. É a obra-prima da nihilessência. A incongruência. Subpoesia. É a apatia. A irrelevância. A ignorância. É não mais temer. Por nada não se ter. É antipatia. Por não merecer. É sofrer calado. É estar cansado. Se sentir fadado. É incompetência. Estar inseguro. É olhar o muro. Bem à sua frente. É ficar doente.É "lavar as mãos". É negar perdão. É dizer "jamais". É voltar pra trás. É conspiração.É sempre dizer "não!". É prisão perpétua. No coração. José Olímpio ( http://poesiavisceral.zip.net/ )

OLHOS SOBRE TELA...

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Estava muito cansada, o dia, como sempre, foi cheio. De manhã, o café, o rádio, a hora certa, o cigarro, a chave entre as almofadas. Sair, pegar ônibus lotado, caras desanimadas para mais um dia de trabalho, emprego, salário de merda, hora do almoço, uma hora para mastigar, preencher mais formulários, digitar listas, seis horas da tarde, horário de verão, desligar os computadores, pegar novamente um ônibus, lotado, caras cansadas, trânsito lento, pernas e cabeça doendo, procurar a chave de casa nos bolsos, abrir a porta, fazer janta, servir-se, sentar-se e ligar a TV. Notícias, jornal das dezenove horas, seqüestro de empresário, criança cai no poço pluvial, continua os conflitos no Oriente Médio, reajuste aos aposentados, casamento do Príncipe de Bruxelas, sem-terras invadem departamento do INCRA, turnê da Madona, os comerciais. Refrigerantes, lojas de eletrodomésticos, propagandas do governo, lindas mulheres e carros zero quilômetro, cervejas geladinhas, combate às drogas, mais dez am

EM MEU OFÍCIO OU ARTE TACITURNA

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Em meu ofício ou arte taciturna Exercido na noite silenciosa Quando somente a lua se enfurece E os amantes jazem no leito Com todas as suas mágoas nos braços, Trabalho junto à luz que canta Não por glória ou pão Nem por pompa ou tráfico de encantos Nos palcos de marfim Mas pelo mínimo salário De seu mais secreto coração. Escrevo estas páginas de espuma Não para o homem orgulhoso Que se afasta da lua enfurecida Nem para os mortos de alta estirpe Com seus salmos e rouxinóis, Mas para os amantes, seus braços Que enlaçam as dores dos séculos, Que não me pagam nem me elogiam E ignoram meu ofício ou minha arte. (DYLAN THOMAS tradução: Ivan Junqueira ) . http://www.culturapara.art.br/opoema/dylanthomas/dylanthomas.htm

SERENATA

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Mais um dia, e ainda tenho desejos. Houve lágrimas no fim do dia, Indecisões e certezas juradas de pés juntos. Flertes e mentiras. Só resta este sorriso amarelo E uma vontade de ir... Como o mar anda agitado! E pessoas desmaiam na multidão Cansadas de suas gravatas Mancando em seus saltos altos, Tendo câimbras nos dedos Tentando alcançar a última oferta do dia, e acabar com as prestações vencidas. Todos os dias se respira E se acumula no peito Boleros, sambas-canção, proibidões, Jazz e fumaças de cigarros. E ainda tenho desejos. Embora nada alimente, Nada acabe com a fome. Por isso tantas manchetes, Tantos atropelamentos, tantas desculpas. O olho direito treme, Stress em alto mar. Diagnósticos, terapias modernas, Novas tecnologias, imagens do interior. AVC, ICC, DEPRESSÕES PÓS-PARTO. Existem disfarces, mal feitos. Ninguém acredita no fundo: Tudo Bem ! Para não se esquecer de nada, Acredita-se no dia seguinte. Então procura-se sobreviver, Como se procurar amarrar os sapatos, Para não tr

PARTITURA

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Triste do poema pronto Na ponta da língua Hoje é o dia do outro poema Triste de quem perde a vez Anda na moda que a fila anda Não há fila se há vez Olho ao redor e vejo destino E outras conspirações do tempo e alguns desertos e outras pausas Penso que tudo é música A me dizer Toca OuveSenteDiz (ou cala para sempre a tua insensatez ) (Claudia Ferrari) http://automoveisepoemas.blogspot.com

A CIDADE

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Eu sou a Cidade, que te protege. Sou eu quem você procura, para te livrar da dor a noite. Você corre nas minhas veias em busca do segredo em busca da liberdade. Mas a morte também ronda em mim, e as vezes você encontra com ela de cara. Mesmo assim você teima em correr... E eu te escondo em minhas veias em meus prédios, casas, abrigos, pontes, esgotos e muros. Sou eu quem você teme. A Cidade que você nasceu, naquele dia em uma de minhas veias onde já corriam outras vidas. Sou eu quem te esconde, quem te protege, quem te machuca e te cura. Tendes a fugir de mim ainda que saiba que sou tudo em sua vida. Saia de mim, sua cidade, e vá para outra e mesmo assim uma cidade em sua vida você terá. Que terá veias, vida, fome, corpos em movimento, a musa, o deus, os reis da noite, cheia de luzes a cidade ainda corre na sua veia. Não importa o que você sinta, quando a noite cai, você está em mim e eu em você tambem estou. Você corre, pára, estuda, olha com atenção e não vê que mesmo assim ainda é m

Meu eu escorado

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Bandit sozinho em casa, a solidão do apartamento... a solidão é uma poltrona confortável de cores sombrias... Abri um nacional mediano, gelo de forminha, e encontrei duas latas de soda na geladeira... Sem música, sem vídeo, só as paredes na penumbra do abajur... não, eu não vou descambar pras sacanagens hoje, não estou a fim de conceder nada pra literatura agora, nem vou contar uma história, desiste agora se você espera isso... não confie no que disseram sobre minhas habilidades... talento? É. Dizem por aí que sou um cara talentoso, se defendesse Raskolnikov do duplo homicídio ele pegaria no máximo 13,6 anos de reclusão e deixaria de ir para a Sibéria. Mas o que faço com meu talento? Sorry, mamãe, eu uso pra comer putinhas de graça, mas nem sempre, adoro pagar pelo sexo... Coerência... dez mil anos de uma civilização capenga, milhares de universo caótico e o tipinho de gente que anda por aí... Eu acho que evoluímos até demais, considerando o tipinho de gente que anda por aí... o mundo

O CAMINHO DO CINEMA

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A televisão ligada. Luz e imagem. No canto direito o braço de um violão. Uma bolsa desfocada atrás. À esquerda o som, a mesa, à direita, o armário. Mosquitos invisíveis. Alguns versos, saem palavras. Um papel jogado, ao lado um abajur. Unhas compridas e sujas. Cigarro aceso na mão esquerda Entre os dois dedos levantados para cima. Paz e amor. Coisas. Parede cinza, janela fechada. Nuvens de fumaça. O som da Bethânia anos 80. Som de fundo, a trilha sonora... Todos os caminhos, todos. (Célia Demézio)

LUGAR-COMUM

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bastou arrancar plumas, pompas pesadelos pelos pele arquitetura de esqueletos fazendo fogo com o roçar dos ossos bastou cravar no desalinho o fio tênue e reto do compasso delineou-se um outro tecido cravado pela distância o que se perde é o que não se é (Claudia Ferrari) http://automoveisepoemas.blogspot.com/

LOTADO DE CONTRADIÇÃO E ARBITRARIEDADE O HUMANO

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Se eles querem assistir ao menininho sem braços e pernas na tevê, ou anomalia outra qualquer como espetáculo, deixem que eles assistam, porque assim não reconhecerão nada além do grotesco e não reivindicarão por nada além do grotesco. Se vocês acham que existe uma inversão de valores, saibam que estão todos vocês enganados. Para eles não há valores, porque retiramos isto deles. E como não há valores, não há como reivindicar por eles.Assim o mundo deles é uma ilusão construída com o propósito de mantê-los a nós submetidos. Porque o mundo real não lhes pertence. Nós somos os donos do mundo, nós legislamos e ditamos o que é certo e o que é errado. Porque eles nada sabem além do simulacro que inventamos para eles. A verdade está conosco, mas eles preferem acreditar nas mentiras que contamos para eles. E eles são felizes em sua ignorância. E eles nos agradecem por serem felizes. Porque nós demos a eles algo para acreditar. Porque nós retiramos deles o peso do livre-pensar. Porque não há liv

MÁQUINA ALGUMA DE POUPAR TEMPO

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Máquina alguma de poupar trabalho Eu fiz, nada inventei, Nem sou capaz de deixar para trás Nenhum risco donativo Para fundar hospital ou biblioteca, Reminiscência alguma De um ato de bravura pela América, Nenhum sucesso literário ou intelectual, Nem mesmo um livro bom para as estantes - apenas uns poucos canto vibrando no ar eu deixo aos camaradas e amantes. (Walt Whitman )

ESPAÇO CURVO E FINITO

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Oculta consciência de não ser, Ou de ser num estar que me transcende, Numa rede de presenças e ausências, Numa fuga para o ponto de partida: Um perto que é tão longe, um longe aqui. Uma ânsia de estar e de temer A semente que de ser se surpreende, As pedras que repetem as cadências Da onda sempre nova e repetida Que neste espaço curvo vem de ti. (José Saramago) Gentil colaboração de Lee

ROBSON QUALÉ?

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Navego nos mares, Neste vai e vem, Nestas dores felizes, Nisto tudo. Passo torta e balançada Na pancada da onda. Quase me afogo. Todos os dias tento nadar, Dizem ser muito simples. Na areia da praia Os peixes fritos Borbulham na frigideira. E eu navego. Um porto de entrada Escrito não tem saída, É o que nos avisa. Sexta-feira de tênis, Sábado ando descalça. Eu navego. A bússola ao oeste Perdida. Ninguém se acha. Do mar vai e vem a sensação Do eterno. (Célia Demézio)

O RISCO

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Aos poucos bordei a toalha. As flores nasceram frágeis e cresceram em ponto cruz no retângulo. Um pano branco passivo no tempo. Ao fundo a música de Bizet tocava as batidas dos saltos de Carmem. Um touro passou por minha sala. Acompanhei com o olhar o quadril elegante do bailarino no dourado das suas calças. Não atendi a chamada do interfone. Meus lábios entreabertos olharam o vazio. Agora eu terminara de bordar. Pouco restou da vida que brilhava lá fora. A árvore da felicidade na sala insistia em crescer, apesar do pouco que eu fazia por ela. De vez em quando me lembrava de regá-la. Peguei a linha amarela para guardar e não me dei conta da pressão na panela. O tomate congelava na geladeira, assim como os legumes, o queijo e os líquidos. Fora descongelada no último final de semana, mas eu não me entendia com a graduação na qual deveria animá-la. Seria perto do dois ou perto do off? A segunda-feira pegou-me de jeito e fiz dela o possível. Não foi hoje que marquei de ir ao cinema? Como p

Vida me carrega no ar como um gigantesco abutre

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(...) minha dor é um anjo ferido de morte você é um pequeno deus verde & rigoroso horários de morte cidades cemitérios a morte é a ordem do dia a noite vem raptar o que sobra de um soluço (Roberto Piva ) http://www.roberto_piva.blogger.com.br/index.html

SEM GELO, POR FAVOR!

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“ De algum modo, o mundo tinha ido longe demais, e a bondade espontânea jamais poderia ser tão fácil. Era algo por que teríamos de tornar a batalhar”. ( Hollywood – Charles Bukowski) Éramos quatro doidões, sabia que algo dentro de mim me sacolejava a alma. Minha boca super seca, e podia sentir a tensão subindo pela minha espinha. Uma espécie de viagem para o inferno. Só posso me lembrar das casas deixadas pra trás, um vento correndo em meu rosto, a máquina a 200 por hora. Maurão acendeu o cachimbo de crack, enquanto um negão de bermuda, que falava um monte Caralho! Onde foi parar?!, ao meu lado catava pedrinha por pedrinha em baixo do banco traseiro. Passei a mão no nariz, e senti aquele liqüido frio descer até a ponta do meu lábio superior. Aquelas pedras me anestesiaram emocionalmente e eu só podia estar vendo era um filme super 8, pois tudo me parecia P&B. O bom e velho Joe Cocker dos anos 70 ao vivo na maior altura, no toca-fita do Palium vermelho zerinho do Maurão. Aquela rouq
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As dores do outro não são minhas. É meu o mar que vejo e o sol que me brilha. As dores do outro se derramam em mim E acolho o Deus que existe no outro em mim. O outro em mim não me pertence e vergo meu ser Para entender em mim a dor que dói sem doer. (Zezé Goldschmidt )

VAMPKLAUSS III

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Eu sempre acho uma surpresa presa no fundo do baú. As janelas estão para o alto E a fumaça do cigarro navega no horizonte. Teleplay não me diz muita coisa, Já estou muito cansada para dormir. Volta ao mundo num balão, Porque o mundo está de cabeça para baixo. Levanta Lázaro! Minha ingenuidade virou estupidez: tudo tem seu preço. Fora as baixarias do Chacrinha nada se cria. Tudo se copia. Corrente de oração para os desesperados. Depois das sete não estarei, ficarei contando carneirinhos, Enquanto o lobo não vem, enquanto não sou de ninguém. Enquanto as grades forem de ferro, A minha estará azeda, meu bem. Para cortar os pulsos e você me sugar. Eu vou virar vampira, Sem o dente do juízo para me aconselhar. (Célia Demézio)

A máscara

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Eu sei que há muito pranto na existência, Dores que ferem corações de pedra, E onde a vida borbulha e o sangue medra, Aí existe a mágoa em sua essência. No delírio, porém, da febre ardente Da ventura fugaz e transitória O peito rompe a capa tormentória Para sorrindo palpitar contente. Assim a turba inconsciente passa, Muitos que esgotam do prazer a taça Sentem no peito a dor indefinida. E entre a mágoa que masc’ra eterna apouca A humanidade ri-se e ri-se louca No carnaval intérmino da vida. (Augusto dos Anjos)
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"Eu não tenho enredo. Sou inopinadamente fragmentária. Sou aos poucos. Minha história é viver". (CLARICE LISPECTOR) Mais uma gentil colaboração de Lee...

A GAROTA QUE QUERIA SER BEAT

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Chove lá fora e aqui faz tanto frio...Peguei a garrafa e tomei um gole de conhaque pelo gargalo. Procurei me concentrar mas não conseguia ter nenhuma idéia original. Tomei mais um gole de conhaque. É, as coisas estavam começando a ficar complicadas. Liguei para o editor e ele estava em reunião. Liguei de novo e ele continuava em reunião. Na terceira ligação a secretária me disse que o editor havia mandado eu me fudê. Bem, em resumo era isso mesmo que eu tinha entendido, antes da secretaria desligar o telefone na minha cara, e eu pudesse lhe dizer, muito obrigada. Eu estava atrasada e o negócio editorial possuía suas normas rígidas. Quinze páginas em branco, e só faltava preenche-las com alguma estória impressionante, fascinante ou mesmo interessante. Pensava em uma história simples, porque afinal de contas, não iriam me pagar tanto. Mas, nem o simples se alcança tão facilmente. Comecei a picotar papeizinhos enquanto tentava raciocinar com o feixe do meu sutiã. O tempo passou e nada. De

QUAL É MESMO O SEU NOME?

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De toda a grana que eu havia ganhado nos últimos dois meses restava apenas uma nota de vinte e uma opção; Ir até o cinema assistir o último filme dos irmãos Ethan e John Cohen. “O HOMEM QUE NÃO ESTAVA LÁ” era o filme em questão. E para sobrar algum trocado, decidi que iria até o cinema onde o filme estava em cartaz a pé mesmo. E para o meu desespero o tal cinema ficava dentro de um shopping no centro de Santo André... Eu já manifestei inúmeras vezes a enorme ojeriza, o asco e o ódio que eu sinto por shoppings. Mas sempre que posso eu aproveito para descer o cacete nesses templos de adoração à estupidez humana. Neles, onde poesia não mofa porque lá, nunca ela conseguiu existir. Tudo de plástico. “Fake”. Engessado. Mas enfim; Eu não tinha opções. Então quando deu seis horas da tarde, eu enfiei minha calça preta, meu tênis All Star, vesti a minha camisa do The Clash, peguei a jaqueta jeans e iniciei minha caminhada rumo ao templo dos imbecis, atrás de um filme de qualidade que me desse al
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"Como será possível acreditar num Deus criador do Universo, se o mesmo Deus criou a espécie humana? Por outras palavras, a existência do homem, precisamente, é o que prova a inexistência de Deus." (José Saramago)

SE

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se por acaso a gente se cruzasse ia ser um caso sério você ia rir até amanhecer eu ia ir até acontecer de dia um improviso de noite uma farra a gente ia viver com garra eu ia tirar de ouvido todos os sentidos ia ser tão divertido tocar um solo em dueto ia ser um riso ia ser um gozo ia ser todo dia a mesma folia até deixar de ser poesia e virar tédio e nem o meu melhor vestido era remédio daí vá ficando por aí eu vou ficando por aqui evitando desviando sempre pensando se por acaso a gente se cruzasse... (Alice Ruiz)
olhar o mesmo olho com outros olhos em outro olhar o mesmo olho nos mesmos olhos o olhar do outro de olho (Alice Ruiz)

PERCEPÇÕES

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Ande um dia com a pele do outro conviva deixa a alma ser um pouco o outro e arda queime desespere mas apazigue o espontâneo fere mas só assim se existe (Claudia Ferrari) http://automoveisepoemas.blogspot.com/

O Poeta é a Mãe das Armas

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O Poeta é a mãe das armas & das Artes em geral — alô, poetas: poesia no país do carnaval; Alô, malucos: poesia não tem nada a ver com os versos dessa estação muito fria. O Poeta é a mãe das Artes & das armas em geral: quem não inventa as maneiras do corte no carnaval (alô, malucos), é traidor da poesia: não vale nada, lodal. A poesia é o pai da ar -timanha de sempre: quent ura no forno quente do lado de cá, no lar das coisas malditíssimas; alô poetas: poesia! poesia poesia poesia poesia! O poeta não se cuida ao ponto de não se cuidar: quem for cortar meu cabelo já sabe: não está cortando nada além da MINHA bandeira ////////// = sem aura nem baúra, sem nada mais pra contar. Isso: ar. ar. ar. ar. ar. ar. ar. ar. ar. ar. ar. ar. a r: em primeiríssimo, o lugar. (poetemos pois - Torquato Neto) /8/11/71 & sempre.

VAMPKLAUSS II

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Nada pode reunir o mundo num só! Se olhos para os lados, os cantos se escondem entre o dia e a noite. Senão existe mais nada, Não é mais o inferno, não é o céu. Se divirta com a vida e aperte o acelerador. Está acabando esta velha história de HQ, dos meninos de colégio. O brilho dos objetos e a cara pálida de purpurina. A Festa do Anjo Exterminador. (Célia Demézio)

ÓTICA

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Lugares pequenos... Os meus sonhos são bem maiores que o mundo... Toda vida é mais curta que o tempo... Vou caminhar contra o vento... Chegar elegantemente atrasado...Beber mel e veneno em uma boca... Libertar-me... Prender meus olhos ao encanto de um amor profundo... Talvez haja alguma tristeza nos labirintos escuros desse pensamento... Eu vou sorrir... Vou fingir que a tal felicidade não é uma risada louca... Juventude é uma beleza eterna na lembrança... Brincarei até a tarde... Guardarei as memórias... Esconderei a dor nas almas dos brinquedos... Vou sangrar o sol... Gosto da chuva leve molhando os meus cabelos... Fecho os olhos, não gosto deste escuro... O céu, distraído se encarde... As nuvens são levadas pelo vento que passou leve entre meus dedos... Tenho uma formiga nas mãos... Há arrepios que nunca ouso contê-los... Vou soprar de volta esse vento que me desequilibra... Só um assovio... A distração é mesmo uma forma de magia... Vêem encantos em tudo... Nesse mundo tão distraído
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Acho-me relativamente feliz Porque nada de exterior me acontece... Mas, Em mim, na minha alma, Pressinto que vou ter um terremoto!!!!!!!!! (Mario Quintana) colabolaração de Lee

VAMPKLAUSS

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As mesmas folhas de sempre, Tiradas de um plástico. Escrevendo, escrevo, obedecendo as linhas, Os parágrafos e as moedas. No dia seguinte tudo é ressaca. Tirar do fim do túnel, tudo que começa. Uma bomba estoura enquanto fico comendo miolos de frigoríficos. À meia-noite sinto um peso de tanto alívio. A gente já sabe dos almoços aos domingos: frios. Um dia após o outro tem sabor de alho. (Célia Demézio)
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"Chorar por tudo que se perdeu, por tudo que apenas ameaçou e não chegou a ser, pelo que perdi de mim, pelo ontem morto, pelo hoje sujo, pelo amanhã que não existe, pelo muito que amei e não me amaram, pelo que tentei ser correto e não foram comigo. Meu coração sangra com uma dor que não consigo comunicar a ninguém, recuso todos os toques e ignoro todas tentativas de aproximação. Tenho vergonha de gritar que esta dor é só minha, de pedir que me deixem em paz e só com ela, como um cão com seu osso.A única magia que existe é estarmos vivos e não entendermos nada disso. A única magia que existe é a nossa incompreensão." (Caio Fernando Abreu) Gentil colaboração de Lee...

DOS POEMAS DESNECESSÁRIOS

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Mando meus desmantelos meu coração intranqüilo minhas faltas de data minha pouca memória e o melhor de mim mando o que me navega e os outros tráfegos mando o que foi escrito com pressa e outras urgências mando o louco, o torto, o cético, o romântico mando o explícito e desvairado mando a música, a mais bonita mando a orquestra, a banda e uma voz rouca e outra ainda silenciosa e digo que você me atravessa como uma lança e se aloja nos meus sentidos (Claudia F.) http://automoveisepoemas.blogspot.com/
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O que voce vai dizer dos meus olhos que te miram... da minha boca que te sussurra... da minha mãos que te acaricia... da minha cara impassível no meio de quase nada... o que voce vai dizer das minhas luvas vermelhas... vermelhas como minhas garras... das minhas coxas displicentemente apaixonadas pelas tuas... do meu sexo cheirando a flor, dos meus cabelos entrelaçados nas tuas mãos, ah, as tuas mãos! suspiro!...fundo... (Lee..... )

ASSIM VEJO A VIDA

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A vida tem duas faces: Positiva e negativa O passado foi duro mas deixou o seu legado Saber viver é a grande sabedoria Que eu possa dignificar Minha condição de mulher, Aceitar suas limitações E me fazer pedra de segurança dos valores que vão desmoronando. Nasci em tempos rudes Aceitei contradições lutas e pedras como lições de vida e delas me sirvo Aprendi a viver. (Cora Coralina )

MARGENS

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você me disse pra cantar um blues mas é que eu ando tão desafinado também não fico procurando um tom não se preocupe se eu estou errado. não caiba dentro dos meus olhos corra todos os perigos ou saia desse filme! o poeta é um bandido sem eira nem beira misto de louco e mendigo. o poeta não cabe no próprio poema o poeta é um subversivo. o poeta é um anjo de línguas a verve do próprio desejo. o poeta é a festa, o carnaval do poema. o poeta é o crime atravessando a palavra o poeta e seus ismos, atímicos delírios. o poeta engendrando amarras e gemas pra depois explodir com todas as margens. o poeta é a puta ocupando as esquinas o poeta é a fama, o lado sacana, o bobo da corte o poeta conspira um sonho pro mundo em seus calabouços. LETRA E MÚSICA: Claudia Ferrari http://automoveisepoemas.blogspot.com/